• Brasil Plural
  • Prints
  • Contact
  • Institutional
Menu

Lucas Landau

  • Brasil Plural
  • Prints
  • Contact
  • Institutional

Ishimoto Blog:

Integer posuere erat a ante venenatis dapibus posuere velit aliquet. Fusce dapibus, tellus ac cursus commodo, tortor mauris condimentum nibh, ut fermentum massa justo sit amet risus. 


Featured posts:

Summary Block
This is example content. Double-click here and select a page to feature its content. Learn more
Featured
Jun 13, 2025
Porta
Jun 13, 2025
Jun 13, 2025
Jun 6, 2025
Etiam Ultricies
Jun 6, 2025
Jun 6, 2025
May 30, 2025
Vulputate Commodo Ligula
May 30, 2025
May 30, 2025
May 23, 2025
Elit Condimentum
May 23, 2025
May 23, 2025
May 16, 2025
Aenean eu leo Quam
May 16, 2025
May 16, 2025
May 9, 2025
Cursus Amet
May 9, 2025
May 9, 2025
May 2, 2025
Pellentesque Risus Ridiculus
May 2, 2025
May 2, 2025
Apr 25, 2025
Porta
Apr 25, 2025
Apr 25, 2025
Apr 18, 2025
Etiam Ultricies
Apr 18, 2025
Apr 18, 2025
Apr 11, 2025
Vulputate Commodo Ligula
Apr 11, 2025
Apr 11, 2025
 O cacique Abiri Kayapó mostra uma das ervas utilizadas no tratamento contra a COVID, na aldeia Pykatoti, Terra Indígena Menkragnoti, no Sudoeste do Pará. Novembro 2020.

O cacique Abiri Kayapó mostra uma das ervas utilizadas no tratamento contra a COVID, na aldeia Pykatoti, Terra Indígena Menkragnoti, no Sudoeste do Pará. Novembro 2020.

IMG_7085.jpg
 O cacique Abiri Kayapó mostra a sua farmácia natural, na aldeia Pykatoti, Terra Indígena Menkragnoti, no Sudoeste do Pará. Novembro 2020.

O cacique Abiri Kayapó mostra a sua farmácia natural, na aldeia Pykatoti, Terra Indígena Menkragnoti, no Sudoeste do Pará. Novembro 2020.

 A aldeia Pykatoti, Terra Indígena Menkragnoti, no Sudoeste do Pará. Novembro 2020.

A aldeia Pykatoti, Terra Indígena Menkragnoti, no Sudoeste do Pará. Novembro 2020.

 A entrada da Terra Indígena Menkragnoti, no Sudoeste do Pará. À esquerda, a aldeia Pykatoti, à direita, a base de vigilância feita pelos indígenas. Novembro 2020.

A entrada da Terra Indígena Menkragnoti, no Sudoeste do Pará. À esquerda, a aldeia Pykatoti, à direita, a base de vigilância feita pelos indígenas. Novembro 2020.

 Imagem de satélite de outubro de 2020 que mostra uma grande área de garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Baú, no Sudoeste do Pará.

Imagem de satélite de outubro de 2020 que mostra uma grande área de garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Baú, no Sudoeste do Pará.

 Dados colhidos pela rede Xingu+, movimento que reúne todos os povos da bacia do rio Xingu.

Dados colhidos pela rede Xingu+, movimento que reúne todos os povos da bacia do rio Xingu.

 O cacique Abiri Kayapó mostra uma das ervas utilizadas no tratamento contra a COVID, na aldeia Pykatoti, Terra Indígena Menkragnoti, no Sudoeste do Pará. Novembro 2020. IMG_7085.jpg  O cacique Abiri Kayapó mostra a sua farmácia natural, na aldeia Pykatoti, Terra Indígena Menkragnoti, no Sudoeste do Pará. Novembro 2020.  A aldeia Pykatoti, Terra Indígena Menkragnoti, no Sudoeste do Pará. Novembro 2020.  A entrada da Terra Indígena Menkragnoti, no Sudoeste do Pará. À esquerda, a aldeia Pykatoti, à direita, a base de vigilância feita pelos indígenas. Novembro 2020.  Imagem de satélite de outubro de 2020 que mostra uma grande área de garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Baú, no Sudoeste do Pará.  Dados colhidos pela rede Xingu+, movimento que reúne todos os povos da bacia do rio Xingu.

Os kayapó e a COVID-19 para Thomson Reuters Foundation

January 10, 2021

Os kayapó estão tomando chá e banho de casca de cipó da floresta Amazônica para tratar e prevenir a COVID-19 nas aldeias. A taxa de letalidade entre eles é de 0,78% — a do Brasil está em 2,5%.

O nome da espécie de cipó usada eles mantém em sigilo para que suas farmácias naturais não sejam (mais) saqueadas — as invasões às terras indígenas Baú e Menkragnoti, no Pará, aumentaram durante a pandemia.

Essa história, com a participação dos incríveis Po Yre, O-é Kaiapó Paiakan, Abiri Kayapó, Dr Douglas Rodrigues e Rodrigo Balbueno está contada, em inglês, aqui: 'You wake up well': Amazon villagers take vine tea to treat COVID

Abaixo, uma versão livre em português da matéria:

Kayapós usam cipó da floresta Amazônica brasileira contra a COVID-19
Chá e banho são recomendados como tratamento e prevenção a todos da etnia

Lucas Landau, do Pará

No meio da floresta Amazônica brasileira, longe dos laboratórios das grandes farmacêuticas do mundo, o povo indígena Kayapó considera ter em sua medicina tradicional um remédio para lidar com o novo coronavírus.

É uma medicação totalmente natural colhida da “farmácia amazônica” no estado do Pará: um tipo de cipó que tem em sua casca o que os Kayapó acreditam ser um antídoto para a doença que já matou mais de 200 mil brasileiros.

Sem comprovação científica da sua eficácia até o momento, o cipó usado pelos Kayapó é raspado, sua casca é colocada em água fervente e, depois de coado, o chá deve ser tomado três vezes ao dia.

Além da bebida, os Kayapó fazem um banho com a mesma casca para jogar no corpo uma vez ao dia. Tanto o chá quanto o banho devem ser utilizados por cinco dias.

As lideranças Kayapó proibiram a divulgação do nome da espécie específica usada nesse tratamento para evitar que suas florestas sejam (mais) saqueadas por não-indígenas.

Há mais de uma versão sobre a descoberta do remédio. A mais disseminada aponta para a Terra Indígena Kayapó, no sul do Pará, onde os pajés e anciões teriam entrado na mata em busca de possíveis tratamentos naturais e testado diferentes plantas.

Quando a descoberta foi feita, os caciques passaram a receita para os parentes das outras aldeias através dos rádios comunicadores.

Sem testes, sem estrutura médica de saúde, sem apoio do governo federal e confiantes na medicina ancestral, as lideranças Kayapó decidiram que todos deveriam tomar o remédio como forma de prevenção, sendo ou não portador de COVID-19.

O jovem Po Yre, de 23 anos, foi um dos Kayapó contaminados nas aldeias pelo vírus e se tratou com a erva medicinal. “O remédio é muito forte. Quando você toma, você fica fraco, às vezes com os olhos vermelhos e com dor de cabeça. Mas no outro dia dá resultado, você acorda bem”.

O médico sanitarista Douglas Rodrigues, que trabalha com povos indígenas na Amazônia há 50 anos, conta a Thomson Reuters Foundation que os índios tem um “itinerário terapêutico”. “Quando eles vão buscar um tratamento, na maioria das vezes eles começam na medicina tradicional. A biomedicina é um complemento nesse itinerário terapêutico”.

“Não acho que o uso da medicina tradicional tenha a ver com o abandono do Estado no enfrentamento [da pandemia]. Acho que tem a ver com a sabedoria indígena”.

Dr. Rodrigues, especializado em saúde indígena pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz que “a eficácia da medicinal tradicional é uma eficácia empírica, é o conhecimento ancestral, o conhecimento profundo da floresta e das plantas medicinais”.

“Não tem remédio para COVID. Caso leve e moderado, que são quase 90% dos casos, o tratamento é repouso, hidratação e boa alimentação”.

“Se prevenir, se precaver, tomar os chás, é muito interessante. Seja porque os chás têm princípios ativos, seja porque têm componentes que fortalecem e hidratam”.


Números

Atualmente, a população Kayapó tem cerca de 12 mil indígenas localizados nos estados do Pará e do Mato Grosso. Desses, 2152 registraram na Secretaria Especial de Saúde Indígena casos positivos de COVID-19, com 17 óbitos (uma taxa de letalidade de cerca de 0,78%).

A taxa de letalidade da doença entre os brasileiros não-indígenas é de 2.5%, segundo o Ministério da Saúde.

Os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) registraram em todo Brasil, 518 mortes em terras indígenas desde o início da pandemia — o presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre nenhuma delas até o momento.

No país, são 38.783 casos de indígenas contaminados pelo novo coronavírus, segundo o DSEI.

Entretanto, devido a falta de testagem e falta de transparência dos órgãos federais indigenistas, os números oficiais podem estar subestimados.

O-é Kaiapó Paiakan é filha de uma histórica liderança Kayapó, Paulinho Paiakan, que foi um dos pioneiros do movimento indigenista no Brasil e faleceu em junho, após sete dias internado com o novo coronavírus em uma UTI no município de Redenção, no Pará.

Ainda abalada pela morte do pai, O-é explicou a Thomson Reuters Foundation o significado da perda de um ancião para os povos indígenas. “A pandemia está comprometendo o futuro dos jovens e levando nossas bibliotecas indígenas”.

“A COVID-19 matou mulheres, idosos e lideranças que levaram consigo toda uma história de luta e cultura. Os anciões são de grande importância para permanência da nossa cultura. Juntamente com os jovens, eles mantém nossa forma de vida, passando sua história para gerações passarem adiante.”


Invasões aumentaram

Na aldeia Pykatoti, na fronteira da Terra Indígena Menkragnoti, a pandemia representa um perigo ainda maior devido a proximidade com as fazendas. A aldeia com cerca de 30 moradores é localizada na entrada do território que pertence aos indígenas.

A Pykatoti fica ao lado de uma base de vigilância na estrada que dá acesso ao território preservado. Criada pelos próprios Kayapó para evitar invasões de madeireiros, garimpeiros e grileiros, a base agora evita também a entrada do vírus.

O cacique Abiri Kayapó demonstra medo e confiança ao falar sobre a COVID-19. “Não teve nenhum caso grave aqui na aldeia Pykatoti, todos foram medicados com o remédio da floresta. Mas me preocupo com as invasões”.

Rodrigo Balbueno, biólogo e consultor do Instituto Kabu (associação do povo Kayapó Mekragnotire), afirma que houve uma explosão do número de invasões nas Terras Indígenas Baú e Menkragnoti durante a pandemia.

Balbueno comparou imagens de satélites de outubro com agosto e foram identificados diversos pontos em que é possível confirmar o aumento das invasões, como novas estradas sendo abertas e expansão da área de garimpo.

“Quando a pandemia começou, a Funai (Fundação Nacional do Índio) proibiu o acesso de pessoas às terras indígenas e nem a fiscalização estava mais indo”, falou Balbueno a Thomson Reuters Foundation.

Tal proibição foi, obviamente, ignorada pelos invasores.

“Esse afrouxamento da fiscalização e a sensação de liberdade [posta durante o governo Bolsonaro], foi a tempestade perfeita para tudo que estamos vendo agora”.

Abandonados pelos órgãos responsáveis, os Kayapó se protegem sozinhos dos riscos que os cercam através de sua ancestralidade.

Manter a possível cura das matas em segredo é uma estratégia de sobrevivência àqueles que estão acostumados a ter seus territórios invadidos.

← Panelaço pelo impeachment para ReutersAula de altinha para UOL →
Back to Top