Bloqueio da BR-163 pelas lideranças kayapó   Todo mundo estava avisado que as lideranças kayapó mekragnotire fariam um bloqueio na estrada BR-163 na segunda-feira, dia 17 de Agosto 2020. Às sete da manhã, cercados pela neblina das fumaças das queim

Bloqueio da BR-163 pelas lideranças kayapó

Todo mundo estava avisado que as lideranças kayapó mekragnotire fariam um bloqueio na estrada BR-163 na segunda-feira, dia 17 de Agosto 2020. Às sete da manhã, cercados pela neblina das fumaças das queimadas da região, dois bloqueios foram impostos pelos indígenas a 5 km do município de Novo Progresso, no sudoeste do Pará.

Foi criada uma área de circulação (apenas a pé) de cerca de 700m entre os dois bloqueios. Nesse bolsão, um trecho com uma pequena ponte sob um pequeno córrego entre as filas quilométricas de caminhões que se formaram, os indígenas se alimentavam, organizavam reuniões, faziam danças tradicionais de guerra, se banharam e dormiram por uma semana — a rodovia foi aberta e fechada em momentos intercalados.

Oitenta e cinco pessoas do povo kayapó, entre homens e mulheres líderes e representantes de suas aldeias, fecharam a principal rota de escoamento do agronegócio brasileiro para reivindicar três pontos principais: o fim da protelação da Funai e do DNIT para a renovação do Plano Básico Ambiental (PBA), apoio da União ao enfrentamento da Covid-19 e as prometidas consultas aos indígenas nos processos de concessão da BR-163 e da construção da ferrovia Ferrogrão.

Em 4 de setembro, uma semana após o fim do protesto na estrada e com uma ação na justiça que transformou em réus a União, a Funai, o DNIT e o Ibama, a Justiça Federal de Altamira (PA) atendeu parcialmente a demanda dos kayapó. Foi determinada a renovação do PBA por mais um ano.

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