Petrópolis 2022
Como resultado das mudanças climáticas no Brasil, entre 16h e 19h de uma terça-feira (15 de fevereiro de 2022), 250mm de chuva caíram em Petrópolis, se tornando o pior temporal da história da cidade imperial.
A tragédia atingiu principalmente mulheres, que estavam em casa no horário da chuva. Foram 233 mortos, 138 mulheres e 95 homens. O Morro da Oficina concentrou o maior número de vítimas: 93.
Os governantes demoraram muito para agir, apesar de afirmarem na mídia que estavam com força máxima nos resgates. Os bombeiros chegaram, de fato, em todos os locais atingidos três dias depois, por incompetência do Estado.
Nos primeiros dias, muitas pessoas tiveram que procurar por parentes sozinhas, com as próprias mãos e sem as ferramentas adequadas.
Quatro pessoas ainda não foram encontradas.
As a result of climate change in Brazil, between 4pm and 7pm on a Tuesday (February 15, 2022), 250mm of rain fell in Petrópolis, making it the worst storm in the history of the imperial city.
The tragedy mainly affected women, who were at home during the strong rain. There were 233 dead, 138 women and 95 men. The community Morro da Oficina concentrated the largest number of victims: 93.
The government took a long time to act, despite claiming in the media that they were at full strength in the rescues. The firefighters arrived, in fact, in all the affected places three days later, due to the incompetence of the State.
In the first days, many people had to look for relatives alone, with their bare hands and without the proper tools.
Four people have yet to be found.
Legenda: Guiomar Flávia (42) carrega um retrato do seu pai em meio à destruição causada pela chuva no Morro da Oficina. Ela voltou em sua casa, que foi atingida pela lama, para retirar itens pessoais dois dias depois das chuvas. 17 Fev, 2022.
Vista da comunidade Vila Felipe, onde houve diversos deslizamentos seis dias antes. 21 Fev, 2022.
Flávio Menezes, de amarelo, quebra uma laje com a ajuda de moradores e voluntários para tentar resgatar seus parentes que foram soterrados. No total, Flávio perdeu 10 familiares no Morro da Oficina. 17 Fev, 2022.
A destruição causada pelas chuva do dia 15 de fevereiro, a mais letal da história de Petrópolis, na comunidade Vila Felipe. 21 Fev, 2022.
O retrato de uma criança no meio da lama. Havia muitos objetos pessoais espalhados por onde a onda de lama passou. Eles ajudaram os parentes a achar possíveis vítimas soterradas. 17 Fev, 2022.
O banheiro da casa de Tânia ficou pela metade depois que uma barreira deslizou ao lado de sua casa, em Caxambu, bairro central de Petrópolis. Tânia e neta foram levadas pela lama mas sobreviveram. 18 Fev, 2022.
Sub tenente Jandir, do Corpo de Bombeiros de Cabo Frio, após uma missão de resgate no Morro da Oficina. 20 Fev, 2022.
Um corpo é retirado da lama no Morro da Oficina 72h depois da tragédia que aconteceu em Petrópolis. 18 Fev, 2022.
Leandro Rocha procura apenas com ajuda de voluntários pelo seu filho de 17 anos, Gabriel, embaixo de uma ponte derrubada pela força da água, no centro de Petrópolis. Gabriel foi levado pela correnteza quando estava em um ônibus arrastado pela água. Ele não sabia nadar. Seu corpo foi encontrado no Rio Quitandinha, perto do local onde o ônibus afundou, no dia 22/02 e reconhecido pelo pai no IML no dia 24/02. 19 Fev, 2022.
Uma mulher olha pela janela do seu apartamento a altura que a lama chegou no prédio dela, em um conjunto habitacional na frente do Morro da Oficina. 16 Fev, 2022.
Um grupo de bombeiros militares e voluntários se mobiliza no resgate de corpos no Morro da Oficina. Eles chegaram na local quando já era noite de sexta. 18 Fev, 2022.
A igreja que se tornou base de apoio e parte da cidade de Petrópolis são vistas do alto do Morro da Oficina. 18 Fev, 2022.
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A vida interrompida na comunidade Vila Felipe, em Petrópolis. 21 Fev, 2022.
Marcelo Costa mostra as últimas mensagens que trocou com sua mulher, Simone. Às 18h16, ela mandou a última mensagem de voz ao marido: “é muita água, estou com medo”. No mesmo minuto, Marcelo, que estava no trabalho, respondeu mas as suas mensagens nunca chegaram no celular de Simone. Ele procurou pelo corpo da mulher sozinho por praticamente três dias. 17 Fev, 2022.
Um homem gesticula enquanto relembra os dois deslizamentos na Vila Felipe. 21 Fev, 2022.
Da sua casa, no alto da comunidade em que mora há 25 anos, a Vila Felipe, Juliano Nascimento (28) observa o estrago feito pela chuva. Ele perdeu cerca de 10 pessoas, entre parentes e amigos, e é um sobrevivente da tragédia de Petrópolis. Conseguiu salvar sua família se protegendo da chuva atrás de uma casa que, por sorte, não foi atingida e depois eles desceram pelo caminho aberto pela “cachoeira” de lama no meio da destruição até um ponto seguro. 21 Fev, 2022.
Funcionários do cemitério municipal de Petrópolis abrem novas covas para as vítimas do desastre. Só em um dia foram abertas cerca de 50 covas. 17 Fev, 2022.
Uma mulher tira foto na rua Teresa, principal ponto comercial da cidade. Segundo dados da prefeitura, mais de 41 mil toneladas de lama e escombros foram recolhidos das ruas de Petrópolis. 21 Fev, 2022.
Uma voluntária da Paróquia Santo Antonio leva uma doação para a igreja. O local virou o principal centro de apoio de Petrópolis. 20 Fev, 2022.
Os motoboys e motoqueiros em geral prestaram grande ajuda no transporte de doações em Petrópolis. Com o trânsito da cidade constantemente travado, a moto foi o jeito mais rápido de se locomover. Na foto, eles saem da igreja que foi ponto de apoio para levar doações. 20 Fev, 2022.